A cultura popular e a educação estão intrinsecamente ligadas, embora historicamente tratadas de forma distinta, com a escola priorizando temas da "alta cultura". Isso resultou em um "colonialismo cultural", conforme René Marc da Costa Silva (2008), onde apenas a produção cultural do sudeste era valorizada, marginalizando as expressões culturais populares, especialmente no Recôncavo Baiano. Esse projeto se fundamenta na importância de estudar essas manifestações culturais locais, marcadas pela baianidade. A pesquisa sobre cultura popular é vital, pois explora os conflitos entre cultura popular e de elite, gerando tensões raciais, de classe, econômicas, políticas e simbólicas. Roger Chartier (1995) e Marilena Chauí (1986) discutem como a cultura popular é frequentemente marginalizada e não legitimada por seus próprios atores. Silva (2008) observa que o popular foi historicamente associado ao precário, agravado pelo racismo e políticas opressoras que silenciaram muitos grupos de cultura popular, especialmente negros. O dicionário, tradicionalmente uma compilação de palavras e significados, se transformou com a internet. Este projeto propõe um novo tipo de dicionário, focado nas manifestações culturais do Recôncavo Baiano, produzido pelos estudantes do IF Baiano Campus Governador Mangabeira. Este dicionário estará em constante atualização, refletindo a riqueza cultural da região. Além disso, há a intenção de criar futuros dicionários sobre as culturas indígena e afro-brasileira do Recôncavo. O projeto está alinhado com o Plano de Desenvolvimento Institucional do IF Baiano (PDI 2021-2025), que valoriza a promoção das diversidades regionais e patrimônios culturais. Espera-se que essa pesquisa fortaleça as identidades territoriais e valorize as culturas locais, trazendo visibilidade a uma produção cultural historicamente negligenciada e oferecendo um espaço de informação acessível e realizado localmente, especialmente por aqueles envolvidos nas práticas culturais do Recôncavo Baiano.